A atuação dos Comitês de Auditoria tornou-se cada vez mais estratégica para a sustentabilidade e transparência das organizações.
O relatório Desafios e Prior do Comitê de Auditoria, da KPMG, revela tendências, percepções e lacunas enfrentadas por esses órgãos, apontando caminhos para fortalecer a governança corporativa e aprimorar a gestão de riscos em um cenário de crescente complexidade regulatória.
O papel estratégico do Comitê de Auditoria
O Comitê de Auditoria (CA) é um dos pilares do sistema de governança. Ele atua como elo entre o conselho de administração, a auditoria interna, a auditoria independente e a alta gestão. Sua função central é assegurar a integridade das informações financeiras, monitorar controles internos, e acompanhar o desempenho das práticas de conformidade e gestão de riscos.
A pesquisa reforça que, apesar do amadurecimento institucional, os comitês enfrentam desafios estruturais e operacionais – desde a integração de informações até a capacidade de lidar com riscos emergentes, como os de cibersegurança, ESG e inteligência artificial.
Principais desafios identificados
- Complexidade regulatória crescente
Normas mais sofisticadas e exigências de transparência impõem um acompanhamento contínuo de mudanças legais, especialmente em setores regulados.
. - Profundidade e integração das informações de risco
A fragmentação dos relatórios de auditoria e risco dificulta a consolidação de uma visão única e estratégica.
. - Evolução tecnológica e segurança da informação
A digitalização amplia a exposição a ameaças cibernéticas, exigindo comitês mais preparados tecnicamente e capazes de avaliar controles de TI.
. - Capacitação e diversidade dos membros
Há uma percepção de que a composição dos CAs ainda carece de diversidade de perfis e competências analíticas, o que impacta a qualidade da supervisão e da tomada de decisão.
. - Interação entre órgãos de controle e gestão executiva
Em algumas organizações, persiste dificuldade de comunicação fluida entre o comitê, o conselho e as áreas operacionais — o que reduz a efetividade das recomendações.
Prioridades emergentes para os próximos ciclos
A pesquisa destaca que os Comitês de Auditoria devem priorizar, em 2025 e nos próximos anos, quatro grandes eixos de evolução:
- Governança de riscos e ética corporativa: fortalecimento dos processos de detecção, resposta e reporte de irregularidades.
. - Monitoramento de desempenho sustentável (ESG): integração de métricas ambientais, sociais e de governança nas agendas do CA.
. - Transformação digital e dados analíticos: uso de ferramentas tecnológicas para auditorias preditivas e monitoramento contínuo.
. - Eficiência e transparência nos relatórios de auditoria: melhoria na comunicação com stakeholders internos e externos.
Essas prioridades refletem uma mudança de paradigma: o Comitê de Auditoria deixa de ser um órgão meramente fiscalizador e passa a atuar como agente ativo na geração de valor estratégico.
Insights e recomendações práticas
- Mapeie lacunas de competências: promova programas de capacitação contínua e incentive a multidisciplinaridade dentro do comitê.
. - Integre dados de risco e desempenho: conecte sistemas de gestão que permitam uma visão 360° das exposições e controles.
. - Aprimore o relacionamento institucional: crie fluxos formais de interação com auditorias internas e conselhos, garantindo o fluxo bidirecional de informações.
. - Adote métricas estratégicas de acompanhamento: vá além de indicadores técnicos e incorpore medidas de impacto e valor para a organização.
Conclusão
A pesquisa Desafios e Prioridades do Comitê de Auditoria reforça que a função de auditoria corporativa está em evolução – mais analítica, mais digital e cada vez mais conectada à geração de confiança e valor organizacional.
Fortalecer a atuação do Comitê de Auditoria significa elevar o nível de governança, antecipar riscos e definir estratégias mais robustas de conformidade e sustentabilidade.
📄 Para acessar o estudo completo, leia o documento original:
👉 Pesquisa: Desafios e Prioridades do Comitê de Auditoria (PDF)