A cultura de cibersegurança entrou em uma fase decisiva. Empresas que antes tratavam o tema como responsabilidade exclusiva da área de TI agora reconhecem que ele se tornou parte da estratégia corporativa, influenciando decisões de negócio, modelos operacionais e a confiança dos stakeholders. Esse é o pano de fundo do relatório A New Age of Cybersecurity Culture, publicado pela KPMG, que analisa a maturidade das organizações, a evolução do comportamento dos colaboradores e o impacto crescente da inteligência artificial nas defesas digitais.
O estudo reúne dados que ajudam a entender como as empresas estão reorganizando suas estruturas, metodologias e métricas para enfrentar um cenário de ameaças mais sofisticado e dinâmico. Os destaques a seguir sintetizam os pontos mais importantes para quem atua em cibersegurança, governança, riscos e compliance.
Cultura de cibersegurança ganha maturidade, mas ainda enfrenta assimetrias
O relatório mostra que, embora a maioria das empresas tenha avançado na consciência sobre os riscos digitais, a maturidade cultural permanece desigual. Setores regulados e com forte dependência tecnológica evoluíram mais rapidamente, enquanto organizações menos pressionadas por legislação ainda adotam práticas fragmentadas.
Mesmo em ambientes com programas mais estruturados, a KPMG aponta uma distância entre a intenção declarada e o comportamento cotidiano. Muitas empresas afirmam priorizar cibersegurança, mas ainda enfrentam dificuldades para transformar essa prioridade em rotinas, incentivos e métricas tangíveis. O desafio, portanto, não é apenas técnico, é cultural.
Funcionários continuam sendo o elo crítico, mas o comportamento está mudando
Outro destaque do estudo é a percepção sobre o comportamento dos colaboradores. Embora o fator humano continue sendo um vetor significativo de risco, a pesquisa identifica uma melhora gradual na conscientização. Isso ocorre especialmente em empresas que adotaram programas contínuos de treinamento, simulações realistas e comunicação clara sobre ameaças emergentes.
A KPMG reforça que ações pontuais, como campanhas isoladas ou treinamentos estáticos, já não são suficientes para sustentar boas práticas no longo prazo. A nova fase exige abordagens mais dinâmicas, com integração entre educação, processos e ferramentas de suporte ao usuário.
Inteligência Artificial: potencial enorme, mas cercado de incertezas
O uso de IA no fortalecimento da segurança digital é tratado como inevitável pela maioria dos entrevistados. As empresas reconhecem que a tecnologia amplia sua capacidade de detecção, resposta e automação. Modelos de IA ajudam a identificar padrões de comportamento anômalo, prever incidentes e reduzir o tempo de reação.
Apesar disso, a confiança ainda é moderada. A KPMG mostra que muitos líderes veem a IA como uma ferramenta poderosa, mas que pode introduzir novos riscos, como alucinações, dependência excessiva de automação e exposição a modelos mal configurados. A visão predominante é pragmática: a IA acelera ganhos, mas exige governança, validação contínua e critérios de uso bem definidos.
Medir cultura de cibersegurança se torna prioridade estratégica
Um dos pontos mais interessantes do relatório é a crescente busca por métricas capazes de revelar o nível real de maturidade cultural das organizações. Em vez de olhar apenas para indicadores técnicos, como vulnerabilidades corrigidas ou incidentes registrados, as empresas começam a medir:
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Comportamentos observáveis, e não apenas declarações de intenção;
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Níveis de adesão a processos críticos;
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Frequência e eficácia de treinamentos adaptativos;
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Dados comportamentais que indicam risco operacional.
Essa transição reflete uma compreensão mais profunda do papel da cultura: ela não é um complemento, mas um elemento estrutural do modelo de proteção digital.
Tecnologia e pessoas caminham juntas na nova fase da segurança
Ao analisar os resultados, a KPMG reforça que a cultura de cibersegurança passa a ser vista como uma competência organizacional, e não apenas como um conjunto de controles. A combinação entre tecnologia, processos e comportamento humano define a capacidade real de defesa de uma empresa.
Na prática, as organizações mais bem posicionadas são aquelas que:
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Integram cibersegurança à tomada de decisão estratégica;
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Tratam o usuário final como parte ativa da defesa;
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Adotam abordagens personalizadas de treinamento;
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Investem em IA com governança clara;
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Criam métricas coerentes para acompanhar evolução cultural.
Essa convergência é um indicador de que o mercado está entrando em uma nova era: menos reativa e mais orientada a resiliência estrutural.
Sobre o estudo e sua importância
A New Age of Cybersecurity Culture é uma leitura essencial para profissionais de segurança, riscos, auditoria, governança e gestão de continuidade. O relatório oferece uma visão precisa sobre como a cultura de proteção digital está se transformando, quais fatores mais influenciam essa evolução e como empresas líderes estão adaptando suas estratégias.
Em um cenário de ameaças aceleradas e crescente pressão regulatória, compreender a dimensão cultural da cibersegurança se tornou tão importante quanto implementar novas tecnologias. Esse estudo ajuda a enxergar caminhos possíveis e a antecipar tendências que moldarão os próximos anos.
Acesso ao estudo completo
Para acesso ao estudo/pesquisa completa, acesse-a no link a seguir: A New Age of Cybersecurity Culture.